<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6432744\x26blogName\x3dANTES+DE+TEMPO\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dSILVER\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://antesdetempo.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://antesdetempo.blogspot.com/\x26vt\x3d810648869186397672', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

 
___________________________________________________________________


Jannis Kounellis, Untitled, 1979.


Tarde como a do Juízo Final.
A rua é uma ferida aberta no céu.
Já não sei se foi Anjo ou um ocaso a claridade que ardeu longe.
Insistente, como um pesadelo, abate-se a distância sobre mim.
Um ferro avermelhado faz doer o horizonte.
O mundo está inútil, diminuído.
No céu é dia, mas a noite é traiçoeira nos valados.
Toda a luz está nos muros azuis e num alvoroço de raparigas.
Já não sei se é uma árvore ou um deus, esse que assoma à grade enferrujada.
Tantos países de uma vez: campo, o céu, as cercanias.
Hoje fui rico por causa das ruas e do ocaso esguio e da tarde transformada em espanto.
Longe, irei devolver-me à minha pobreza.

J.L. Borges in Lua defronte, 1925.



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?