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quinta-feira, 31 de maio de 2007

 
Chute d'étoiles

Hoje, Anselm Kiefer falará das suas motivações temáticas, da relação entre a arte e a vida, da questão da mimésis e do papel da teodiceia na sua obra. Às 19,30 h. no Grand Palais.

Amanhã, Denis Podalydès, da Comédie Française, lerá excertos da obra de Louis-Ferdinand Céline. Às 18,30 h. no Grand Palais.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

 
Anselm Kiefer

Inaugura hoje Chute d'étoiles. A ler, Pierre Assouline: Chute d’étoiles signalée à Paris.

 
William Kentridge



Inaugura amanhã no Malmö Konsthall a exposição de William Kentridge Fragments for Georges Méliès - Black Box / Chambre Noire. As duas peças apresentadas, que consistem em desenhos de grande escala, foram já mostradas noutros museus e colecções separadamente (já falado neste blog em 2005) mas podem ser vistas juntas agora em Malmö. Kentridge nasceu em 1955 na África do Sul e vive e trabalha em Joanesburgo. Ver mais aqui.

terça-feira, 29 de maio de 2007

 
Anselm Kiefer


Inaugura amanhã a Monumenta 2007 em que Kiefer é o artista convidado para ocupar, na totalidade, o Grand Palais. A montagem da exposição pode ser vista aqui.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

 
Bruce Nauman



No Castello di Rivoli - Museo d'Arte Contemporanea, inaugura hoje a exposição Una rosa non ha denti, Bruce Nauman negli anni Sessanta. Bruce Nauman, nascido em 1941, produziu nos anos 60 e 70 um conjunto magnífico de obras escultóricas, bem como desenhos, vídeos e filmes. São estas obras que são mostradas agora em Rivoli, algumas pela primeira vez. Nauman trabalha sobre a temática da percepção, psicológica e fisiológica, explorando as situações de obsessão, claustrofobia, desorientação e confusão.
Em simultâneo, no Castello di Rivoli inaugura, também hoje, a segunda parte da exposição Dalla terra alla luna: metafore di viaggio. Trata-se de uma exposição que se pretende como uma nova reflexão sobre a colecção contemporânea do museu no sentido de abrir novas e imaginativas leituras das obras. São mostradas cerca de cinquenta peças de Mario Airò, Giovanni Anselmo, Massimo Bartolini, Gabriele Basilico, Lothar Baumgarten, John Bock, Alighiero Boetti, Jem Cohen, Enzo Cucchi, Roberto Cuoghi, Gino De Dominicis, Thomas Demand, Mario Giacomelli, Rebecca Horn, Roni Horn, Pierre Huyghe, William Kentridge, Anselm Kiefer, Kim Sooja, Mario Merz, Claes Oldenburg - Coosje van Bruggen, Charlemagne Palestine, Giulio Paolini, Thomas Ruff, Thomas Struth, Grazia Toderi, Bill Viola, Yang Fudong e Gilberto Zorio.
Ler mais aqui.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

 
Coisas surpreendentes

No vol.316 de 18 de Maio (hoje) da conceituada revista Science dou com este anúncio, no mínimo surpreendente, de uma, também, conceituada empresa de produtos para investigação científica (omito aqui o nome da empresa):

Stop Cloning Around …

Regardless of your starting material we offer a solution that will
help guarantee the success of your cloning experiments. Our next
generation cloning reagents include: Accuscript™ High Fidelity
Reverse Transcriptase – the most accurate RT. PfuUltra®II
and Herculase® DNA Polymerases – providing the highest
fidelity and yields respectively. StrataClone™ PCR Cloning Kits
– the new, more affordable topoisomerase-based cloning method.

O novo mundo já está aí...

quinta-feira, 17 de maio de 2007

 
photo-london 2007



De 31 de Maio a 3 de Junho a photo-london 2007 - London’s international contemporary photography fair será o centro da fotografia contemporânea. Com a presença de mais de 400 fotógrafos e artistas representados por 56 galerias de 10 países, a photo-london 2007 inclui também no seu programa uma agenda carregada de conferências e debates. Ver mais aqui.

terça-feira, 15 de maio de 2007

 
Cristo na cruz


Deusa Siva (objectos pessoais de Borges).




Cristo na cruz. Os pés tocam na terra.
Os três madeiros são da mesma altura.
Cristo não está no meio. É o terceiro.
A negra barba cai-lhe sobre o peito.
O rosto não é o rosto das gravuras.
É agreste e judeu. Não posso vê-lo
e hei-de procurá-lo até ao dia
último dos meus passos pela terra.
O homem alquebrado sofre e cala.
A coroa de espinhos dilacera-o.
Não o atinge o escárnio da gentalha
que viu essa agonia tantas vezes.
A sua ou a de alguém. É sempre igual.
Cristo na cruz. Desordenadamente
pensa no reino que talvez o espere,
pensa numa mulher que não foi sua.
Não lhe foi dado ver a teologia,
Trindade indecifrável ou os gnósticos,
a navalha de Occam, as catedrais,
a liturgia, a púrpura ou a mitra,
a conversão de Guthrun pela espada,
a Inquisição, o sangue de mil mártires,
as atrozes Cruzadas, Joana d'Arc,
o Vaticano que abençoa exércitos.
Sabe não ser um deus e ser um homem
que morre com o dia. Não se importa.
Importa-lhe o cruel ferro dos pregos.
Não é romano. Não é grego. Geme.
Quis deixar-nos esplêndidas metáforas
e uma doutrina do perdão que pode
anular o passado. (Essa é a frase
que na prisão escreveu um irlandês.)
Procura o fim a alma, pressurosa.
Está mais escuro o dia. Já morreu.
Anda uma mosca pela carne quieta.
De que pode servir-me que aquele homem
tenha sofrido, se sofro eu agora?

Quioto, 1984.

J. L. Borges in Os Conjurados, 1985.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

 
Deimantas Narcevicius



A daadgalerie, em Berlim, inaugura amanhã a exposição de Deimantas Narcevicius Revisiting Solaris. Narcevicius foi encontrar o actor Donatas Banionis, protagonista do antológico filme de Andrei Tarkovsky, Solaris de 1972, a viver perto de Vilnius, na Lituania, e com ele, produz esta obra que é, basicamente, uma colagem fílmica, a partir de fragmentos, que reconstrói a atmosfera de ficção de Solaris. Deimantas Narcevicius nasceu em 1964 e representou a Lituania na Bienal de Veneza em 2003. Para quem esteja ou vá a Berlim, a exposição poderá ser vista até 17 de Junho.

 
Bill Viola



A Zacheta National Gallery of Art, em Varsóvia, inaugura amanhã a exposição de Bill Viola com a apresentação de nove obras dos últimos doze anos: The Greeting (1995), The Crossing (1996), Ascension (2000), The Locked Garden (2000), The Quintet of the Astonished (2000), Silent Mountain (2001), Surrender (2001), Observance (2002) e The Raft (2004).
Nascido em 1951, Bill Viola é o mais importante artista contemporâneo na disciplina do vídeo e tem vindo, desde há 35 anos, a produzir uma notável obra em que, através do filme e do vídeo, são focados os problemas formais e as propriedades da imagem fílmica, a sua temporalidade e dimensão visual e sonora bem como as questões fundamentais da existência humana, a sua condição e o seu lugar no mundo. Ler mais aqui.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

 
Doomsday


Bronze "O pesadelo" (objectos pessoais de Borges)



Será quando a trombeta ressoar, como escreve São João, o Teólogo.
Foi em 1757, segundo o testemunho de Swedenborg.
Foi em Israel quando a loba cravou na cruz a carne de Cristo, mas não só nesse instante.
Acontece em cada pulsação do teu sangue.
Não há um momento que não possa ser a cratera do Inferno.
Não há um momento que não possa ser a água do Paraíso.
Não há um momento que não esteja carregado como uma arma.
Em cada momento podes ser Caim ou Siddharta, a máscara ou o rosto.
Em cada momento pode Helena de Tróia declarar-te o seu amor.
Em cada momento pode o galo ter cantado três vezes.
Em cada momento a clepsidra deixa cair a última gota.


J. L. Borges in Os Conjurados, 1985.

 
Correio da Cassini



Saturno: cor natural. Os anéis são tão frágeis que, aqui, se tornam invisíveis. Só a sombra os testemunha.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

 
Um sonho


Labirinto de metal (objectos pessoais de Borges).


Num deserto lugar do Irão há uma não muito alta torre de pedra, sem portas nem janelas. No único compartimento (cujo chão é de terra e tem a forma de um círculo) há uma mesa de madeira e um banco. Nessa cela circular, um homem parecido comigo escreve em caracteres que não compreendo um longo poema sobre um homem que noutra cela circular escreve um poema sobre um homem que noutra cela circular... O processo não tem fim e ninguém poderá ler o que os prisioneiros escrevem.


J. L. Borges in A cifra, 1981.

 
França

Ele, 53,1%; ela, 46,9%.
No próximo dia 16 de Maio, Nicolas Sarkozy será o novo Presidente da França.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

 
A Divina Comédia


Mocho de bronze (objectos pessoais de Borges)



dolce color d'oriental zaffiro
che s'accoglieva nel sereno aspetto
del mezzo puro infino al primo giro.

Gostaria de me deter no curioso mecanismo deste verso, salvo que a palavra "mecanismo" é demasiado dura para o que quero dizer. Dante descreve o céu oriental, descreve a aurora e compara a cor da aurora com a da safira. E compara-a com uma safira que se chama "safira oriental", safira do oriente. Em "dolce color d'oriental zaffiro" há um jogo de espelhos, visto que o Oriente se explica pela cor da safira e esta safira é uma "safira oriental". Quer dizer, uma safira que está carregada da riqueza da palavra "oriental"; está cheia, digamos, d'As Mil e Uma Noites que Dante não conheceu, mas que, no entanto, aqui estão presentes.
Vou recordar também o famoso verso no final do canto V d'O Inferno: "e caddi come corpo morto cade". Por que motivo é retumbante a queda? A queda é retumbante pela repetição da palavra "cai".
Toda a Comédia está cheia de felicidades deste tipo. Mas o que a sustem é o facto de ser narrativa. Quando eu era novo desprezava-se o género narrativo, chamava-se-lhe anedota e esquecia-se que a poesia começou por ser narrativa, que nas raízes da poesia está a épica e a épica é o género poético primordial, narrativo. Na épica está o tempo, na épica existe um antes, um enquanto e um depois; tudo isto está na poesia.


J. L. Borges in Sete Noites, 1980

terça-feira, 1 de maio de 2007

 
Correio da Cassini



Suncatcher. A luz invade os anéis de Saturno.

 
História da noite


Jack Vanarsky, Un envol de fulles mortes, 1991 (objectos pessoais de Borges).




Sempre ao longo das suas gerações
os homens foram construindo a noite.
Ao princípio era só cegueira e sono
e espinhos que laceram o pé nu
e receio dos lobos.
Nunca saberemos quem forjou a palavra
para o intervalo de sombra
que divide os dois crepúsculos;
nunca saberemos em que século foi sinal
do espaço das estrelas.
Outros engendraram o mito.
Fizeram-na mãe das Parcas tranquilas
que tecem o destino
e sacrificavam-lhe as ovelhas negras
e o galo que adivinha o seu fim.
Doze casas lhe deram os Caldeus;
inifinitos mundos, o Pórtico.
Hexâmetros latinos a moldaram
e o terror de Pascal.
Luis de Léon viu nela a pátria
da sua alma estremecida.
Agora sentimo-la inesgotável
como um vinho velho
e ninguém pode contemplá-la sem vertigens
e o tempo carregou-a de eternidade.

E pensarmos que não existiria
sem esses frágeis instrumentos, os olhos.


J. L. Borges in História da noite, 1977.

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