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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

 
Notas sobre o Renascimento (1)

Raffaello - Retrato de Elisabetta Gonzaga



Óleo sobre madeira, 52,9x37,4 cm, data provável: 1502/1508. Inscrição no verso, a tinta: "duchessa isabetta mantovana Moglie del duca Guido".

Há hoje acordo em identificar esta mulher como Elisabetta Gonzaga, mulher do duque de Urbino Guidubaldo da Montefeltro.
A duquesa é figurada frontalmente com a face ligeiramente virada para a esquerda. Sabemos da identidade da figura por comparação com outra figuração, esta outra de perfil, conservada no Museu Britânico e atribuída a Adriano Fiorentino. A duquesa de Urbino traz na testa uma jóia, um escorpião, que ostenta uma pedra preciosa. Muitas leituras têm sido feitas a propósito do significado desta jóia. Em 1931, Luigi Nardini avança com a ideia de que este escorpião poderia conter um significado simbólico relacionado com a ocupação de Urbino pelos Borgias, em 1502. Em 1977, Patrizia Castelli faz notar que esta figuração do escorpião se encontra também no Miracolo dell'ostia profanata de Paolo Uccello e que lhe são atribuídos poderes de "guardar e preservar do mal". Mais recentemente, Patrizia Baldi relaciona a figuração do escorpião com os bordados a ouro do vestido da duquesa, atribuíndo-lhe o significado simbólico de anima. É provável que o significado simbólico destas figurações se relacione com o interesse que a duquesa revelou pela astrologia e pelas ciências ocultas, muito em voga na corte da época. É tambem provável, como afirma Patrizia Baldi que os bordados a ouro do vestido correspondam a um alfabeto simbólico e esotérico, acentuando o carácter misterioso da imagem. Próprio também da moda do quatrocento tardio e dos primeiros anos do cinquecento o fio apertado que a duquesa ostenta ao pescoço que terminava, provavelmente, numa imagem sacra ou numa cruz.
A primeira vez que esta pintura é oficialmente assinalada é no inventário das obras do palácio ducal de Urbino, feito em 1631. É neste inventário que surge, pela primeira vez o nome da duquesa. No entanto, esta identificação é esquecida e em meados do século XVIII surge-nos descrito como um retrato de "una femmina con capelli neri". Em 1871, a figura é identificada como Isabella, marquesa de Mântua, provávelmente Isabella d'Este, mulher do marquês de Mântua Francesco II, para em 1878 esta identificação ser, de novo, alterada para Elisabeth, mulher de Guillaume Gonzaga, duque de Mântua. Esta última identificação pecava por falta de rigor histórico porque os Gonzaga foram marqueses até 1530 e só depois Carlos V lhes conferiu o título ducal. Guglielmo Gonzaga é duque de Mântua de 1550 a 1587 mas estas datas nada têm a ver com a data provável da pintura que, pelo seu estilo, data dos primeiros anos do cinquecento. Só no princípio do século XX se identifica novamente esta mulher como sendo Elisabetta Gonzaga, mulher de Guidubaldo da Montefeltro.
Elisabetta Gonzaga nasceu em 1471, filha do marquês de Mântua, Federico, e de Margherita di Bavaria. Casou com Guidubaldo da Montefeltro, duque de Urbino em 1489. Os biógrafos estão de acordo em reconhecer nesta mulher dotes excepcionais de refinada cultura literária e artística e o seu papel fundamental na corte aquando da invasão de Urbino pelas forças de Cesare Borgia, em 1502. Acaba, no entanto, por ter que procurar refúgio na corte paterna, em Mântua. De regresso a Urbino, em Agosto de 1503, Elisabetta torna-se a grande protectora das artes, principalmente durante a ausência prolongada do seu marido, afadigado com múltiplas missões políticas e militares ao serviço do papa Giulio II. Sebastiano Serlio sublinha, nas suas crónicas, o exemplo e o modelo de perfeição da "muito virtuosa duquesa Isabella de Urbino" e o facto dela ter chamado para a corte e dar protecção pessoal a um jovem pintor de nome Raffaello.
A datação desta pintura sempre levantou problemas mas, embora 1502 seja considerada uma data um tanto ou quanto precoce, podemos partir daqui e calcular que a sua execução poderà ter ocorrido até 1508. A paisagem, por detrás da figura, está imersa na penumbra, como que pintada às primeiras luzes da madrugada e a pintura afirma-se com um preciosismo quase flamengo.
As radiografias feitas à pintura, aquando do seu último restauro em 1977, revelaram densas massas de tinta na face da figura, principalmente junto aos olhos, bem como um desenho muito subtil, por debaixo da superfície pictórica.



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