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sábado, 20 de agosto de 2005

 
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Ao correr das lembranças


Foto de Lilya Corneli


Lembrança minha do jardim de casa:
vida benigna das plantas,
vida afável e misteriosa
lisonjeada pelos homens.

A palmeira mais alta daquele céu
como um cortiço de pardais;
vide firmamental da uva negra,
dias do Verão dormiam à tua sombra.

Moinho colorido:
remota roda a laborar no vento,
honra da nossa casa, porque às outras
ia plo rio abaixo o toque do aguadeiro.

Cave circular da base,
tornando aquele jardim vertiginoso,
fazia medo ver por uma frincha
o teu cárcere de água tão subtil.

Jardim, frente à cancela se cumpriram
os agrestes carreiros
e aturdiu-nos o carnaval berrante
de insolentes fanfarras.

O armazém, padrinho do malévolo,
dominava essa esquina;
mas tinha canaviais pra fazer lanças
e pardais para as rezas.

O sonho das tuas árvores e o meu
continuam na noite a confundir-se
e a devastação das gralhas
deixou um antigo medo no meu sangue.

As tuas varas de profundidade
tornaram-se a nossa geografia;
um alto seria "a montanha de terra"
e uma temeridade o seu declive.

Jardim, encurtarei a oração
para continuar sempre a lembrar-me:
a vontade ou o acaso de dar sombra
foram as tuas árvores.

J. L. Borges in Caderno San Martín, 1929.



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