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quarta-feira, 14 de setembro de 2005

 
Sábados


Foto de Stephen Haynes


Lá fora há um ocaso, obscura jóia
engastada no tempo,
e uma recôndita cidade cega
de homens que não te viram.
A tarde cala ou canta.
Alguém descrucifica os anseios
cravados no piano.
Sempre a abundância da tua beleza.

* * *

A despeito do teu desamor,
a tua beleza prolonga o seu milagre pelo tempo.
A felicidade mora em ti
tal como a Primavera numa folha nova.
Não sou quase ninguém,
sou apenas o anseio
que se perde na tarde.
Em ti mora o prazer
tal como a crueldade nas espadas.

* * *

Carregando as persianas vem a noite.
Na sala tão severa, como cegos,
procuram-se uma à outra as nossas solidões.
Sobreviveu à tarde
a brancura gloriosa da tua carne.
No nosso amor há uma pena
parecida com a alma.

* * *

Tu
que ainda ontem eras só toda a beleza
és agora também todo o amor.


J.L.Borges
in Fervor de Buenos Aires, 1923.



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