sábado, 8 de outubro de 2005
Soneto ao Inverno
Foto de Delphine LeBerre
Inverno, doce inverno das manhãs
Translúcidas, tardias e distantes
Propício ao sentimento das irmãs
E ao mistério da carne das amantes:
Quem és tu, que transfiguras as maçãs
Em iluminações dessemelhantes
E enlouqueces as rosas temporãs
Rosa-dos-ventos, rosa dos instantes?
Por que ruflaste as tremulantes asas
Alma do céu? o amor das coisas várias
Fez-te migrar — interno sobre casas!
Anjo tutelar das luminárias
Preservador de santas e de estrelas...
Que importa a noite lúgubre escondê-las?
Londres, 1939.
Vinícios de Morais in Antologia Poética, 2003.
Foto de Delphine LeBerre
Inverno, doce inverno das manhãs
Translúcidas, tardias e distantes
Propício ao sentimento das irmãs
E ao mistério da carne das amantes:
Quem és tu, que transfiguras as maçãs
Em iluminações dessemelhantes
E enlouqueces as rosas temporãs
Rosa-dos-ventos, rosa dos instantes?
Por que ruflaste as tremulantes asas
Alma do céu? o amor das coisas várias
Fez-te migrar — interno sobre casas!
Anjo tutelar das luminárias
Preservador de santas e de estrelas...
Que importa a noite lúgubre escondê-las?
Londres, 1939.
Vinícios de Morais in Antologia Poética, 2003.