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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

 
Movimentos 10


Foto de Nadav Kander


Era pequeno, preto, com uma espécie de crista. Ficava-se a olhá-lo durante muito tempo esquecida de tudo numa estranha amnésia consciente, quase que construída de propósito, os olhos fixos no aquário de vidro grosso, uma bola enorme, transparente, a um canto, quase encostado ao cinzeiro do lado esquerdo da parede perto da varanda mergulhada no sol. Fixava-o absorta e imóvel como se tudo dependesse daqueles movimentos circulares em redor do vidro ou do ruído quase imperceptível da água. Atenta, as mãos mergulhadas nos cabelos; apoiadas nos malares salientes; tinha nos olhos um ar perdido, absorto, ávido. Por isso mesmo ávido.

Maria Teresa Horta in Ambas as mãos sobre o corpo, 1970.



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