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sexta-feira, 31 de março de 2006

 
Acordo?

Afinal a Colecção Berardo fica em Portugal?

 
A ler
As cinco (hilariantes) manias de Tiago de Oliveira Cavaco no Voz do deserto.

 
Sursum


Foto de Lilya Corneli



Eu avanço no espaço as mãos crispadas, essas mãos juntas – lembras-te? – que o destino das coisas separou
E sinto vir se desenrolando no ar o grande manto luminoso onde os anjos entoam madrugadas...
A névoa é como o incenso que desce e se desmancha em brancas visões que vão subindo...
– Vão subindo as colunas do céu... (cisnes em multidão!) como os olhares serenos estão longe!...
Oh, vitrais iluminados que vindes crescendo nas brumas da aurora, o sangue escorre do coração dos vossos santos
Oh, Mãe das Sete Espadas... Os anjos passeiam com pés de lã sobre as teclas dos velhos harmônios...
Oh, extensão escura de fiéis! Cabeças que vos curvais ao peso tão leve da gaze eucarística
Ouvis? Há sobre nós um brando tatalar de asas enormes
O sopro de uma presença invade a grande floresta de mármore em ascensão.
Sentis? Há um olhar de luz passando em meus cabelos, agnus dei...
Oh, repousar a face, dormir a carne misteriosa dentro do perfume do incenso em ondas!
No branco lajedo os passos caminham, os anjos farfalham as vestes de seda
Homens, derramai-vos como a semente pelo chão! o triste é o que não pode ter amor...
Do órgão como uma colméia os sons são abelhas eternas fugindo, zumbindo, parando no ar
Homens, crescei da terra como as sementes e cantai velhas canções lembradas...
Vejo chegar a procissão de arcanjos – seus olhos fixam a cruz da consagração que se iluminou no espaço
Cantam seus olhos azuis, tantum ergo! – de suas cabeleiras louras brota o incêndio impalpável da destinação
Queimam... alongam em êxtase os corpos de cera, e crepitando serenamente a cabeça em chamas
Voam – sobre o mistério voam os círios alados cruzando o ar um frêmito de fogo!...
Oh, foi outrora, quando nascia o sol – Tudo volta, eu dizia – e olhava o céu onde eu não via Deus suspenso sobre o caos como o impossível equilíbrio
Balançando o imenso turíbulo do tempo sobre a inexistência da humana serenidade.

Vinicius de Moraes
Rio de Janeiro, 1935

in Forma e exegese
in Poesia completa e prosa: "O sentimento do sublime"

quarta-feira, 29 de março de 2006

 
Correio da Cassini



Tethys sai da noite abaixo do plano dos anéis. A sombra destes projecta-se no hemisfério norte do gigante Cronos.

terça-feira, 28 de março de 2006

 
No Da Literatura

Couves & Alforrecas, Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto

Margarida Rebelo Pinto e Oficina do Livro requerem contra João Pedro George e Objecto Cardíaco uma providência cautelar não especificada com a finalidade de impedir a distribuição e venda da obra Couves & Alforrecas: Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto.
Passa-se isto a um mês das comemorações do 25 de Abril de 1974.

 
Correio da... Spirit



Terra luminosa marca o rasto da Spirit em Marte. A linha de horizonte, os montes, os vales. Familiar e, no entanto, terra nova.

segunda-feira, 27 de março de 2006

 
A ler

Pierre Assouline: Mort du maître des horloges.

 
A ver

Notável vídeo. Aqui.

 
Of Mice and Men



A 4ª Bienal de Arte Contemporânea de Berlim inaugurou no sábado e poderá ser vista até amanhã. Com o título Of Mice and Men, propõe-se como uma reflexão sobre a condição humana tendo como pano de fundo o medo e a subjugação.
Tomma Abts, Viktor Alimpiev, Pawel Althamer, Kai Althoff and Lutz Braun, Ulf Aminde, Micol Assaël, Roger Ballen, Thomas Bayrle, Michael Beutler, Michaël Borremans, Bouchet, Tobias Buche, Anthony Burdin, Mircea Cantor, Bruce Conner, Benjamin Cottam, Martin Creed, Oliver Croy com Oliver Elser, Roberto Cuoghi, Tacita Dean, Jeremy Deller, Berlinde De Bruyckere, Gino De Dominicis, Nathalie Djurberg, Trisha Donnelly, Marcel van Eeden, Saul Fletcher, Roland Flexner, Felix Gmelin, Aneta Grzeszykowska, Sebastian Hammwöhner / Dani Jakob / Gabriel Vormstein, Rachel Harrison, Pravdoliub Ivanov, Sergej Jensen, Dorota Jurczak, Tadeusz Kantor, Ian Kiaer, Christopher Knowles, Robert Kusmirowski, Erik van Lieshout, Klara Liden, Ján Mancuska, Mike Mandel & Larry Sultan, Mark Manders, Kris Martin, Paul McCarthy, Corey McCorkle, Michaela Meise, Matthew Monahan, Otto Mühl, Bruce Nauman, Damián Ortega, Diego Perrone, Susan Philipsz, Jorge Queiroz, Reynold Reynolds com Patrick Jolley, Ricarda Rog gan, Aïda Ruilova, Anri Sala, Markus Schinwald, Michael Schmidt, Thomas Schütte, Norbert Schwontkowski, Tino Sehgal, Shirana Shahbazi, Steven Shearer, Florian Slotawa, Christiana Soulou, Jaan Toomik, Paloma Varga Weisz, Gillian Wearing, Clemens von Wedemeyer with Maya Schweizer, Andro Wekua, Cathy Wilkes, Francesca Woodman e Thomas Zipp. É esta a lista dos artistas expostos.

quinta-feira, 23 de março de 2006

 
Correio da Cassini



Tempestade cá, tempestade lá. Empatias...

 
O despertar


Foto de Lilya Corneli


Entra a luz e ascendo inertemente
Dos sonhos para o sonho repartido
E as coisas recuperam o seu devido
E aguardado lugar e no presente
Concentra-se, opressivo e vasto, o vago
Ontem: as seculares migrações
Das aves e dos homens, as legiões
Que o ferro destruiu, Roma e Cartago.
Também regressa a quotidiana história:
Meu rosto, minha voz, receio e sorte.
Ah, se aquele outro despertar, a morte
Me apresentasse um tempo sem memória
Do meu nome e de tudo o que fui sendo!
Se nesse dia houvesse esquecimento!

J. L. Borges in O Outro, o Mesmo, 1964.

quarta-feira, 22 de março de 2006

 
Le travail du peintre

A Picasso.


Foto de Lilya Corneli


I

Entoure ce citron de blanc d'œuf informe
Enrobe ce blanc d'œuf d'un azur souple et fin
La ligne droite et noire a beau venir de toi
L'aube est derrière ton tableau

Et des murs innombrables croulent
Derrière ton tableau et toi l'oeil fixe
Comme un aveugle comme un fou
Tu dresses une haute épée vers le vide

Une main pourquoi pas une seconde main
Et pourquoi pas la bouche nue comme une plume
Pourquoi pas un sourire et pourquoi pas des larmes
Tout au bord de la toile où jouent les petits clous

Voici le jour d'autrui laisse aux ombres leur chance
Et d'un seul mouvement des paupières renonce


II

Tu dressais une haute épée
Comme un drapeau au vent contraire
Tu dressais ton regard contre l'ombre et le vent
Des ténèbres confondantes

Tu n'as pas voulu partager
II n'y a rien à attendre de rien
La pierre ne tombera pas sur toi
Ni l'éloge complaisant

Dur contempteur avance en renonçant
Le plaisir naît au sein de ton refus
L'art pourrait être une grimace
Tu le réduis à n'être qu'une porte

Ouverte par laquelle entre la vie


III

Et l'image conventionnelle du raisin
Posé sur le tapis l'image
Conventionnelle de l'épée

Dressée vers le vide point d'exclamation
Point de stupeur et d'hébétude
Qui donc pourra me la reprocher

Qui donc pourra te reprocher la pose
Immémoriale de tout homme en proie à l'ombre
Les autres sont de l'ombre mais les autres portent
Un fardeau aussi lourd que le tien
Tu es une des branches de l'étoile d'ombre
Qui détermine la lumière

Ils ne nous font pas rire ceux qui parlent d'ombre
Dans les souterrains de la mort
Ceux qui croient au désastre et qui charment leur mort

De mille et une vanités sans une épine
Nous nous portons notre sac de charbon
A l'incendie qui nous confond


IV

Tout commence par des images
Disaient les fous frères de rien
Moi je relie par des images
Toutes les aubes au grand jour

J'ai la meilleure conscience
De nos désirs Sa sont gentils

Doux et violents comme des faux
Dans l'herbe tendre et rougissante

Aujourd'hui nous voulons manger
Ensemble ou bien jouer et rire
Aujourd'hui je voudrais aller
En U. R. S. S. ou bien me reposer

Avec mon cœur à l'épousée
Avec le pouvoir de bien faire
Et l'espoir fort comme une gerbe
De mains liées sur un baiser


V

Picasso mon ami dément
Mon ami sage hors frontières
II n'y a rien sur notre terre
Qui ne soit plus pur que ton nom

J'aime à le dire j'aime à dire
Que tous tes gestes sont signés
Car à partir de là les hommes
Sont justifiés à leur grandeur

Et leur grandeur est différente
Et leur grandeur est tout égale
Elle se tient sur le pavé
Elle se dent sur leurs désirs


VI

Toujours c'est une affaire d'algues
De chevelures de terrains
Une affaire d'amis sincères
Avec des fièvres de fruits mûrs

De morts anciennes de fleurs jeunes
Dans des bouquets incorruptibles
Et la vie donne tout son cœur
Et la mort donne son secret

Une affaire d'amis sincères
A travers les âges parents
La création quotidienne
Dans le bonjour indifférent


VII

Rideau il n'y a pas de rideau
Mais quelques marches à monter

Quelques marches à construire
Sans fatigue et sans soucis
Le travail deviendra un plaisir
Nous n'en avons jamais douté nous savons bien
Que la souffrance est en surcharge et nous voulons
Des textes neufs des toiles vierges après l'amour

Des yeux comme des enclumes
La vue comme l'horizon
Des mains au seuil de connaître
Comme biscuits dans du vin

Et le seul but d'être premier partout
Jour partagé caresse sans degré
Cher camarade à toi d'être premier
Dernier au monde en un monde premier


Paul Eluard in Poésie inintérompue, 1945.

terça-feira, 21 de março de 2006

 
Long & Penone



No Tucci Russo Studio per l’Arte Contemporanea, em Turim, uma dupla exposição a não perder: Richard Long e Giuseppe Penone. Se Penone, que esteve em evidência o ano passado no Centro Pompidou, é claramente um dos artistas da Arte Povera, assumindo essa filiação desde a sua primeira exposição em Turim em 1968, já o mesmo não se pode dizer de Long que, ao longo dos anos (começou a expôr, curiosamente, também em 68) se tem aproximado e afastado dos conceitos subjacentes à Arte Povera, tomando-os por vezes como suficientes, por vezes como redutores.



Nesta exposição, Long apresenta fotografias e aquilo a que intitula Mud Works, murais monumentais com 5 por 20 metros, bem como objectos.



Penone apresenta um conjunto de obras que intitulou Sulla punta della matita si specchia la pelle dell’universo, obras a grafite mas explorando impressões e a sua conjugação com suportes de bronze, bem distante das obras apresentadas no Pompidou.



O Tucci Russo Studio per l’Arte Contemporanea foi fundado em 1975 e, desde então, tem apresentado exposições dos mais importantes artistas contemporâneos. Por lá passaram obras de Remo Salvadori, Marco Bagnoli, Sandro Chia, Enzo Cucchi, Mario Merz, Giovanni Anselmo, Jannis Kounellis e Marisa Merz. A exposição de Richard Long e Giuseppe Penone poderá ser vista até final de Abril.

segunda-feira, 20 de março de 2006

 
I


Foto de Lilya Corneli


A madrugada inútil encontra-me numa esquina deserta; sobrevivi à noite.
As noites são ondas orgulhosas: pesadas ondas azul-escuras cheias de mil despojos, cheias de coisas estranhas e atraentes.
As noites habituam-nos a misteriosas dádivas e recusas, a coisas meio entregues, meio retidas, a alegrias com um hemisfério obscuro. As noites agem assim, garanto-vos.
A vaga, nessa noite, deixou-me os restos do costume, os estranhos finais: alguns amigos odiados para conversar, música para sonhos e o fumo de amargas cinzas. Coisas que o meu coração faminto não sabe utilizar.
A onda grande trouxe-te.
Palavras, quaisquer palavras, o teu riso; e tu, sempre tão preguiçosamente bela. Falámos e esqueceste as palavras.
A aurora despedaçada encontra-me numa rua deserta da minha cidade.
O teu perfil ao voltares-te, os sons que constroem o teu nome, o canto do teu riso: são os brinquedos nobres que me deixaste.
Persigo-os na aurora, perco-os, encontro-os; repito-os aos poucos cães errantes e às poucas estrelas errantes da alba.
A tua vida obscura e rica...
Preciso de chegar a ti de algum modo: ponho de lado esses nobres brinquedos que me deixaste e quero o teu olhar oculto, o teu sorriso verdadeiro — esse sorriso irónico e solitário que o teu frio espelho conhece.

J. L. Borges in O Outro, o Mesmo, 1964.

domingo, 19 de março de 2006

 
Variações sérias em forma de soneto


Foto de Lilya Corneli



Vejo mares tranquilos, que repousam,
Atrás dos olhos das meninas sérias.
Alto e longe elas olham, mas não ousam
Olhar a quem as olha, e ficam sérias.

Nos recantos dos lábios se lhes pousam
Uns anjos invisíveis. Mas tão sérias
São, alto e longe, que nem eles ousam
Dar um sorriso àquelas bocas sérias.

Em que pensais, meninas, se repousam
Os meus olhos nos vossos? Eles ousam
Entrar paragens tristes de tão sérias!

Mas poderei dizer-vos que eles ousam?
Ou vão, por injunções muito mais sérias,
Lustrar pecados que jamais repousam?

Manuel Bandeira in Poesias de Manuel Bandeira, 1968.

sábado, 18 de março de 2006

 
Correio da... Opportunity


Fantástica imagem que a Opportunity enviou. Para ver detalhadamente aqui.

 
Real Fantasies



O Fotomuseum Winterthur (Zurich) apresenta Real Fantasies – New Photography from Switzerland, exposição com obras de Cristian Andersen, Ruth Blesi, Collectif_Fact, Marianne Engel, Klodin Erb / Eliane Rutishauser, Serge Frühauf, Goran Galic / Gian-Reto Gredig, Anna Kanai, Körner Union, Hendrikje Kühne / Beat Klein, Florence Lacroix, Loan Nguyen, Marco Poloni, Katja Richter, Rockmaster K, Daniel Schibli, Christian Schwager, Shirana Shahbazi, Nele Stecher, Christian Waldvogel e Herbert Weber. Embora ultimamente o interesse do mercado de arte se esteja a afastar da fotografia, estes jovens autores exploram todas as vertentes deste meio híbrido que conjuga o documentário e a ficção, o concreto e o abstracto, o real e o imaginário, o analógico e o digital. Até 21 de Maio, em Zurich.

sexta-feira, 17 de março de 2006

 
Nush


Foto de Lilya Corneli


Les sentiments apparents

La légèreté d'approche

La chevelure des caresses.


Sans soucis sans soupçons

Tes yeux sont livrés à ce qu'ils voient
Vus par ce qu'ils regardent.


Confiance de cristal
Entre deux miroirs

La nuit tes yeux se perdent

Pour joindre l'éveil au désir.


Paul Eluard
, 1932.

quinta-feira, 16 de março de 2006

 
Céu e Inferno


Foto de Lilya Corneli


A maioria dos paraísos são adornados com construções que como as árvores, cursos de água, montes e campos, resplandecem de gemas. Todos conhecemos a Nova Jerusalém: "As muralhas estavam construídas com jaspe e a cidade era de ouro puro, semelhante ao puro cristal. Os alicerces da muralha da cidade estavam incrustados com toda a espécie de pedras preciosas". (Apocalipse de S. João, 21, 18).
Descrições semelhantes podem ser encontradas na literatura escatológica do hinduísmo, do budismo e do Islão. O céu é sempre um lugar onde há gemas. Por que será assim? Aqueles que encaram todas as actividades humanas em termos de uma matriz de referência social e económica responderão que as gemas são muito raras na Terra e que são poucos os que as possuem. Para compensar estes factos, os porta-vozes da maioria carenciada encheram os seus céus imaginários de pedras preciosas. Sem dúvida que esta promessa vã tem o seu fundo de verdade, mas não explica por que razão as pedras preciosas foram desde logo consideradas como tal.
Os homens despenderam enormes quantidades de tempo, energia e dinheiro na descoberta, prospecção e lapidação de pedras coloridas. Porquê? O utilitário não consegue explicar tão fantástico comportamento. Mas mal consideramos os factos da experiência visionária, tudo se torna claro. Nas visões os homens percepcionam uma profusão do que Ezequiel chama "pedras de fogo", do que Weir Mitchell descreve como "frutos transparentes". Estas coisas são luminescentes, apresentam um brilho de cor preternatural e possuem uma significação preternatural. Os objectos materiais que mais se aproximam destas fontes de iluminação visionária são as pedras preciosas. Adquirir tais pedras significa adquirir algo cuja preciosidade é garantida pelo facto de existir no Outro Mundo.

Aldous Huxley in Céu e Inferno, 1954.

quarta-feira, 15 de março de 2006

 
Eternidade


Foto de Lilya Corneli


— Gosto que as palavras que uso estejam relacionadas com os factos. É por isso que me interesso pela eternidade — pela eternidade psicológica. Por se tratar de um facto.
— Para si, talvez — disse Jeremy.
— Para todo aquele que escolha cumprir as condições sob as quais pode ser vivida.
— E porque alguém o desejaria?
— Porque decidiria alguém ir a Atenas ver o Parténon? Porque vale a pena. E o mesmo se aplica à eternidade. A experiência do bem intemporal vale todo o esforço que implica.
— O bem intemporal, — repetiu Jeremy desagradado — não sei o que significam essas palavras.
— E porque deveria? — disse o Sr. Propter. — Você nunca comprou um bilhete para Atenas.

Aldous Huxley in Também o Cisne Morre, 1939.

terça-feira, 14 de março de 2006

 
Imaginário



A Galeria Anita Beckers, de Frankfurt, tem vindo a apoiar desde 1995, de forma consistente, jovens artistas na área da fotografia e do vídeo. Mostra agora um conjunto de obras de Flavia Da Rin (fotografias digitais), Julia Körner (pintura), Nikki S. Lee (vídeo), Bjørn Melhus (vídeo), Yves Netzhammer (desenhos e animação 3D), Julia Oschatz (pintura, desenho, escultura e vídeo) e Anila Rubiku (instalação). Todos estes jovens nasceram nos anos 70. A exposição será também apresentada no PULSE New York.

 
Correio da Cassini



Sob o plano dos anéis, Rhea persegue Enceladus. Intimidades...

segunda-feira, 13 de março de 2006

 
Interrupted Histories



Huseyin Alptekin, Artpool, Chto delat, Amit Goren, Ivan Grubanov, Dmitry Gutov, Dejan Habicht & Tanja Lazetic, Edi Hila, IRWIN, Komar & Melamid, Ziga Kariz, Zofia Kulik, David Maljkovic, Anja Medved & Nadja Veluscek, Pages, Lia Perjovschi & CAA, Borut Peterlin, Alenka Pirman, Tadej Pogacar & P.A.R.A.S.I.T.E. Museum of Contemporary Art, Marjetica Potrc, Luka Princic, Marija Mojca Pungercar, Khalil Rabah, Erzen Shkololli /Alban Hajdinaj, Anri Sala, Gentian Shkurti, Mladen Stilinovic, Saso Vrabic, Vadim Zakharov.
São estes os vinte e sete artistas que integram esta exposição na Moderna Galerija de Ljubljana, museu que organizou durante anos uma das mais importantes bienais de Gravura europeias. Esta exposição foca o problema dos artistas e da história ou a historicidade na arte. Inaugura amanhã.

sexta-feira, 10 de março de 2006

 
As atitudes ficam para quem as pratica

Medeiros Ferreira, no seu soarismo incontrolável, vem, no Bicho carpinteiro, defender o indefensável. Ao contrário do que diz, a atitude de Mário Soares não gerou nenhuma incompreensão. Toda a gente sabe o que é má educação. A má educação é apenas má educação. A arrogância é apenas arrogância. Não remete para mais argumentos.

 
A ler

Hoje, Pierre Assouline, Dans l'amitié de Duras. Aqui.

 
Correio da Cassini



Mais uma descoberta da Cassini: água em Enceladus. A NASA acredita que na região do pólo sul de Enceladus existem geysers que expelem para a superfície água a enorme pressão.
Anatomias...


quinta-feira, 9 de março de 2006

 
Gravura



Why are some of today’s hottest artists making prints ? How do these works relate to their artistic practice? How different are their prints from their unique works? What makes prints attractive to collectors?
São estas as quatro perguntas fundamentais que re-colocam a Gravura contemporânea como um dos meios de expressão artística mais interessantes. Para quem estiver em Nova York amanhã.

quarta-feira, 8 de março de 2006

 
Sam Francis



A amizade nascida em 1954 entre Sam Francis e o director da Kunsthalle Arnold Rüdlinger, teve como consequência uma colaboração intensa ao longo dos anos e uma permanente presença da obra de Francis em Berna. Rüdlinger, na exposição Tendances actuelles III, em 1955, apresentou pela primeira vez obras de Sam Francis, quando este artista norte-americano era ainda desconhecido. Desde 1957 que a obra de Francis é mostrada regularmente na Kunsthalle. Esta é mais uma exposição de Francis que inaugurará no próximo dia 15, no Kunstmuseum de Berna, desta vez dedicada a Franz Fedier, Samuel Buri, Rolf Iseli e Peter Stein, artistas suiços que influenciaram Francis.

terça-feira, 7 de março de 2006

 
Eu, hoje...

Gostava de estar em Paris. Mas não estou. Para quem estiver, a não perder a conferência L’ADN, l’évolution, nos deux vies, pelo Prof. Claude Combes, no Grand Salon en Sorbonne na Sorbonne, 47, rue des Ecoles, às 16,30.

 
Apoio ao...
Manifesto contra os cidadãos transparentes. Tiago de Oliveira Cavaco, hoje, no Comedor de gafanhotos.

 
O ensino da língua portuguesa e... as lojas de brinquedos


 
Arno Rafael Minkkinen



SAGA: The Journey of Arno Rafael Minkkinen, Thirty-Five Years of Photographs é o título da exposição que pode ser vista na FEP, em Paris. Arno Rafael Minkkinen é um fotógrafo de primeira importancia na área da fotografia do corpo a par de Lucas Samaras, Bruce Nauman, John Coplans e Vito Acconci.


sábado, 4 de março de 2006

 
Correio da Cassini



Titan sorri através dos anéis de Saturno. Intimidades...

 
Two or Three or Something



Pintura de Maria Lassnig (1919) e escultura/instalação de Liz Larner (1960) interagem no espaço do Kunsthaus Graz até 7 de Maio. Maria Lassing, de origem austríaca, tem um longo percurso pictórico relacionado com a introspecção, as sensações do corpo e as atitudes psicológicas. Liz Larner, norte-americana, trabalha as suas escultura num registo subversivo em relação à pureza, estabilidade e rigidez que podem caracterizar a escultura. Um excelente catálogo está disponível e poderá ser solicitado aqui.

sexta-feira, 3 de março de 2006

 
A ler

João Miguel Tavares, hoje no DN.

 
Para todos los publicos



Txomin Badiola, Cecilia Barriga, Anat Ben-David, Bene Bergado, Blami, Daniele Buetti, Minerva Cuevas, Kajsa Dahlberg, Tracey Emin, Chus García-Fraile, Miguel Ángel Gaüeca, Guerrilla Girls, Immo Klink, Jakob Kolding, Chris Korda, Elke Krystufek, Matthieu Laurette, Cristina Lucas, Mateo Maté, Carmen Navarrete, Itziar Okariz, Pripublikarrak, PSJM, Jill Sharpe, Carly Stasko, Zhou Tiehai, Mark Titchner, Li Wei.
Estes são os 28 jovens artistas que na Sala Rekalde, em Bilbao, expõem a partir de hoje. Para todos los publicos é uma interrogação sobre a qualificação dos espaços públicos e da maneira como o marketing e a publicidade exercem o seu controle nesses mesmos espaços.

quarta-feira, 1 de março de 2006

 
Correio da Cassini



Olhares: Tethys e Titan.
Intimidades...

 
A música das almas


"Le mal est dans le monde comme un esclave qui fait monter l’eau."
Claudel


Foto de Lilya Corneli



Na manhã infinita as nuvens surgiram como a Ioucura numa alma
E o vento como o instinto desceu os braços das árvores que estrangularam a terra...
Depois veio a claridade, o grande céu, a paz dos campos...
Mas nos caminhos todos choravam com os rostos levados para o alto
Porque a vida tinha misteriosamente passado na tormenta.

Vinicius de Moraes

Rio de Janeiro, 1935

in Forma e exegese

in Antologia Poética
in Poesia completa e prosa: "O sentimento do sublime"

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