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domingo, 16 de abril de 2006

 
O palácio


Foto de Henri Zerdoun


O palácio não é infinito.

Os muros, os terreiros, os jardins, os labirintos, as grades, os terraços, os parapeitos, as portas, os corredores, os pátios circulares ou rectangulares, os claustros, as encruzilhadas, as cisternas, as antecâmaras, as câmaras, as alcovas, as bibliotecas, os desvãos, os cárceres, as celas sem saída e os hipogeus não são menos numerosos do que os grãos de areia do Ganges, mas o seu número tem um fim. Das açoteias até ao poente não faltará quem aviste as carpintarias, as cavalariças, as oficinas e as cabanas dos escravos.
A ninguém é dado percorrer mais do que uma parte infinitesimal do palácio. Alguns conhecem apenas os subterrâneos. Podemos aperceber-nos de umas caras, de umas vozes, de umas palavras, mas tudo de que nos apercebemos é ínfimo. Ínfimo e ao mesmo tempo precioso. A data que o aço grava na lápide e que os livros paroquiais registam é posterior à nossa morte; já estamos mortos quando nada nos toca, nem uma palavra, nem um anseio, nem uma memória. Eu sei que não estou morto.

J. L. Borges in O Ouro dos Tigres, 1972.



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