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sexta-feira, 17 de novembro de 2006

 
A muralha e os livros


Foto de Katarzina Widmanska

Li há dias que o homem que ordenou a edificação da quase infinita muralha chinesa foi o Imperador Shih Huang Ti, que também ordenou que se queimassem todos os livros anteriores a ele. O facto de as duas vastas operações — as quinhentas ou seiscentas léguas de pedra opostas aos bárbaros e a rigorosa abolição da história, ou melhor, do passado — virem de uma pessoa e serem de algum modo seus atributos satisfez-me inexplicavelmente e, ao mesmo tempo, inquietou-me. (...)
Shih Huang Ti, segundo os historiadores, proibiu que se mencionasse a morte e procurou o elixir da imortalidade e enclausurou-se num palácio figurativo, que tinha tantos aposentos quantos dias há no ano. Estes dados sugerem que a muralha no espaço e o incêndio no tempo foram barreiras mágicas destinadas a deter a morte. Todas as coisas querem persistir no seu ser, escreveu Baruch Spinoza. Talvez o Imperador e os seus magos tenham acreditado que a imortalidade é intrínseca e que a corrupção não pode entrar num mundo fechado.

Jorge Luis Borges in Nova Antologia Pessoal, 1968.



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