<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6432744\x26blogName\x3dANTES+DE+TEMPO\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dSILVER\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://antesdetempo.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://antesdetempo.blogspot.com/\x26vt\x3d810648869186397672', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

 
A muralha e os livros


Foto de Katarzina Widmanska

Li há dias que o homem que ordenou a edificação da quase infinita muralha chinesa foi o Imperador Shih Huang Ti, que também ordenou que se queimassem todos os livros anteriores a ele. O facto de as duas vastas operações — as quinhentas ou seiscentas léguas de pedra opostas aos bárbaros e a rigorosa abolição da história, ou melhor, do passado — virem de uma pessoa e serem de algum modo seus atributos satisfez-me inexplicavelmente e, ao mesmo tempo, inquietou-me. (...)
Shih Huang Ti, segundo os historiadores, proibiu que se mencionasse a morte e procurou o elixir da imortalidade e enclausurou-se num palácio figurativo, que tinha tantos aposentos quantos dias há no ano. Estes dados sugerem que a muralha no espaço e o incêndio no tempo foram barreiras mágicas destinadas a deter a morte. Todas as coisas querem persistir no seu ser, escreveu Baruch Spinoza. Talvez o Imperador e os seus magos tenham acreditado que a imortalidade é intrínseca e que a corrupção não pode entrar num mundo fechado.

Jorge Luis Borges in Nova Antologia Pessoal, 1968.



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?