quinta-feira, 1 de março de 2007
Da cor do ouro
George Baselitz
Os lençóis humidos de Novembro
Para sempre me amortalham
O tempo escorre-me pelos dedos
A terra gira-me nas órbitas
Onde paira esse sorriso leve
Que começou num dia de Maio
A não ser sobre a boca dos mortos
Apesar da mágoa dos vivos
Onde pára a carta sem resposta
E a poeira das palavras
Essa confiança na vida
Que de repente se silencia em silêncio
Eu nego as lágrimas sua luz e brilho
Meus olhos não mais pertencem a este mundo
Eu fui antes tudo passou eu sou
Uma sombra no negro e escuro
Eu sou o gérmen da desordem.
Paul Éluard in O tempo transborda, 1946.
George Baselitz
Os lençóis humidos de Novembro
Para sempre me amortalham
O tempo escorre-me pelos dedos
A terra gira-me nas órbitas
Onde paira esse sorriso leve
Que começou num dia de Maio
A não ser sobre a boca dos mortos
Apesar da mágoa dos vivos
Onde pára a carta sem resposta
E a poeira das palavras
Essa confiança na vida
Que de repente se silencia em silêncio
Eu nego as lágrimas sua luz e brilho
Meus olhos não mais pertencem a este mundo
Eu fui antes tudo passou eu sou
Uma sombra no negro e escuro
Eu sou o gérmen da desordem.
Paul Éluard in O tempo transborda, 1946.