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quarta-feira, 6 de junho de 2007

 
A imagologia


Jacek Malczewski, «Paysage avec Tobie», 1904



Todas as ideologias foram vencidas: os seus dogmas acabaram por ser desmascarados como ilusões e as pessoas deixaram de os levar a sério. Por exemplo, os comunistas julgaram que a evolução do capitalismo empobreceria cada vez mais o proletariado: quando um dia descobriram que todos os operários da Europa iam de carro para o trabalho, sentiram vontade de gritar que a realidade fizera batota. A realidade era mais forte do que a ideologia. E foi precisamente nesse sentido que a imagologia a superou: a imagologia é mais forte do que a realidade, a qual de resto deixou há muito tempo de representar para o homem o que representava para a minha avó que vivia numa aldeia da Morávia e sabia tudo por experiência: como se coze o pão, como se constrói uma casa, como se mata o porco e como se faz carne fumada, com que se confeccionam os edredões, o que o senhor padre cura pensava do mundo e o que do mundo pensava o senhor mestre-escola; mantinha por assim dizer a realidade sob o seu controlo pessoal, de tal maneira que ninguém a poderia convencer de que a agricultura da Morávia estava a prosperar se não houvesse que comer lá em casa. Em Paris, o meu vizinho de patamar passa a maior parte do seu tempo sentado à secretária, diante de um outro empregado, depois volta para casa, acende a televisão para saber o que se passa no mundo, e quando o locutor, comentando a última sondagem, o informa de que para uma maioria de franceses a França é a campeã da Europa em matéria de segurança (li recentemente esta sondagem), ele, louco de alegria, abre uma garrafa de champanhe e nunca saberá que, no mesmo dia, na sua própria rua, foram cometidos três assaltos e dois assassínios.



Milan Kundera
in A imortalidade, 1990.




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