<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6432744\x26blogName\x3dANTES+DE+TEMPO\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dSILVER\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://antesdetempo.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://antesdetempo.blogspot.com/\x26vt\x3d810648869186397672', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

quarta-feira, 6 de junho de 2007

 
A imagologia


Jacek Malczewski, «Paysage avec Tobie», 1904



Todas as ideologias foram vencidas: os seus dogmas acabaram por ser desmascarados como ilusões e as pessoas deixaram de os levar a sério. Por exemplo, os comunistas julgaram que a evolução do capitalismo empobreceria cada vez mais o proletariado: quando um dia descobriram que todos os operários da Europa iam de carro para o trabalho, sentiram vontade de gritar que a realidade fizera batota. A realidade era mais forte do que a ideologia. E foi precisamente nesse sentido que a imagologia a superou: a imagologia é mais forte do que a realidade, a qual de resto deixou há muito tempo de representar para o homem o que representava para a minha avó que vivia numa aldeia da Morávia e sabia tudo por experiência: como se coze o pão, como se constrói uma casa, como se mata o porco e como se faz carne fumada, com que se confeccionam os edredões, o que o senhor padre cura pensava do mundo e o que do mundo pensava o senhor mestre-escola; mantinha por assim dizer a realidade sob o seu controlo pessoal, de tal maneira que ninguém a poderia convencer de que a agricultura da Morávia estava a prosperar se não houvesse que comer lá em casa. Em Paris, o meu vizinho de patamar passa a maior parte do seu tempo sentado à secretária, diante de um outro empregado, depois volta para casa, acende a televisão para saber o que se passa no mundo, e quando o locutor, comentando a última sondagem, o informa de que para uma maioria de franceses a França é a campeã da Europa em matéria de segurança (li recentemente esta sondagem), ele, louco de alegria, abre uma garrafa de champanhe e nunca saberá que, no mesmo dia, na sua própria rua, foram cometidos três assaltos e dois assassínios.



Milan Kundera
in A imortalidade, 1990.




<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?