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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

 
A interrogação

Pude assistir, esta manhã, ao debate no Parlamento. Para quem tenha tido esta oportunidade, através do directo da RTP2, ficam 3 certezas:
1- Sócrates não precisa sequer ser "bom". Basta-lhe ser medíocre perante a péssima qualidade humana, intelectual, cultural e mental da oposição. Sócrates fica com bastante folga para bater "aos pontos" e ainda fica com margem para exercer o seu narcisismo quase patológico. Sócrates teve folga e saíu folgado.
2- Sócrates não respondeu a uma única pergunta da oposição. Limitou-se a fazer a gestão inteligente e arrogante dos "telhados de vidro" dos outros. Não ouvi uma única resposta. Propaganda em toda a linha, sobrepondo-se às tentativas de objectivação de Marques Mendes e Portas. Aproveitou, e bem, a intervenção de Louçã — o orquestrador nacional da indignação moralista — para remeter para o ridículo todo o debate.
3 - A distância a que fica o país propagandeado e ficcional socratiano do país real é tal que só me faz lembrar a legítima interrogação da "menina" do anúncio:



(Com o devido respeito e vénia ao Sr. Eng., esta deve ser a interrogação que muitos portugueses fazem).



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