sábado, 13 de outubro de 2007
Das traições
Foto de Lilya Corneli
É do fundo do abismo que falo
E vejo o fundo do abismo
O homem rasgado como uma mina
Como um porto sem navios
Como uma lareira sem lume
Pobre rosto sacrificado
Pobre rosto sem limites
Composto por todos os rostos saqueados
Sonhavas com varandas velas e viagens
Sonhavas com primaveras beijos bondade
Tu sabias bem quais são os direitos e deveres
Da beleza meu belo rosto dispersado
Seria preciso para esconder o seu horror e a vergonha que sentes
Mãos novas mãos íntegras na sua tarefa
Mãos obreiras do presente
E mesmo em sonhos corajosas.
Paul Éluard in O Duro Desejo de Durar, 1946.
Foto de Lilya Corneli
É do fundo do abismo que falo
E vejo o fundo do abismo
O homem rasgado como uma mina
Como um porto sem navios
Como uma lareira sem lume
Pobre rosto sacrificado
Pobre rosto sem limites
Composto por todos os rostos saqueados
Sonhavas com varandas velas e viagens
Sonhavas com primaveras beijos bondade
Tu sabias bem quais são os direitos e deveres
Da beleza meu belo rosto dispersado
Seria preciso para esconder o seu horror e a vergonha que sentes
Mãos novas mãos íntegras na sua tarefa
Mãos obreiras do presente
E mesmo em sonhos corajosas.
Paul Éluard in O Duro Desejo de Durar, 1946.