<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6432744\x26blogName\x3dANTES+DE+TEMPO\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dSILVER\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://antesdetempo.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://antesdetempo.blogspot.com/\x26vt\x3d810648869186397672', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

 
Rubaiyat


Foto de Sophie Chivet


Volte-me à voz a métrica do persa
A recordar que o tempo é a diversa
Trama de sonhos ávidos que somos
E que o secreto Sonhador dispersa.

Volte a afirmar que a carne é a poeira,
O fogo a cinza, o rio a passageira
Imagem tão fugaz das nossas vidas
Que lentamente fogem tão ligeiras.

Volte a afirmar que o árduo monumento
Que a soberba constrói é como o vento
Ao passar, e que à luz inconcebível
De Quem perdura, um século é um momento.

Volte a avisar-me que o rouxinol de ouro
Canta só uma vez neste sonoro
Vértice que há na noite e que os avaros
Astros não nos oferecem seu tesouro.

Volte a lua às palavras que a tua mão
Escreve, tal como volta o temporão
Azul ao teu jardim. A mesma lua
Desse jardim vai procurar-te em vão.

Que sejam sob a lua dessas ternas
Tardes o teu exemplo as cisternas
Em cujo espelho de água se repetem
Umas poucas imagens tão eternas.

Que a lua do persa e os incertos
Ouros desses crepúsculos desertos
Voltem. Hoje é só ontem. És os outros
Cujo rosto é o pó. Tu és os mortos.


Jorge Luis Borges in Elogio da Sombra, 1969.



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?