segunda-feira, 20 de julho de 2009
Livros esquecidos (14)
Não se poderia ter falado aqui de Huxley sem que imediatamente a seguir não se lembrasse Carlos Castaneda. Nascido em 1925, falecido em 1998, Castaneda foi uma figura controversa e rodeada de mistério. De origem humilde peruana ou filho ilegítimo do diplomata brasileiro Oswaldo Aranha que foi presidente da ONU, Castaneda permanece uma figura enigmática. Mesmo quando, em 1973, a Time publicou um vasto artigo sobre a sua vida e obra, Castaneda só se deixou fotografar em ângulos parciais. Enquanto estudante de antropologia na universidade da California (UCLA), Castaneda parte, em 1961, para o deserto de Sonora ao encontro de um índio Yaqui que o autor nomeia sempre como Don Juan. Homem real? Figura imaginária? L´herbe du diable — tese de doutoramento em ciências humanas — relata esse encontro com Don Juan que aceita Castaneda como seu aluno e o inicia no uso da raíz Datura Inoxia, a erva do diabo. Esta é a mais importante obra consagrada às substâncias alucinogénias desde As Portas da Percepção de Aldous Huxley. Esquecido do grande publico, olhado com reserva pelos estudantes e estudiosos de antropologia, L'herbe du diable permanece como uma fascinante viagem iniciática.