<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6432744\x26blogName\x3dANTES+DE+TEMPO\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dSILVER\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://antesdetempo.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://antesdetempo.blogspot.com/\x26vt\x3d810648869186397672', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

 
Páginas notáveis (21)



O ameaçado

É o amor. Terei de me esconder ou de fugir.
Crescem as paredes da sua prisão, como num sonho atroz. A bela
[máscara mudou, mas como sempre é a única. De que me
[servirão os meus talismãs: o exercício das letras, a vaga
[erudição, a aprendizagem das palavras que o agreste Norte
[usou para cantar os seus mares e as suas espadas, a serena
[amizade, os corredores da Biblioteca, as coisas vulgares, os
[hábitos, o jovem amor da minha mãe, a sombra militar dos
[meus mortos, a noite intemporal, o sabor do sonho?
Estar contigo ou não estar contigo é a medida do meu tempo.
O cântaro já se quebra na fonte, o homem já se levanta à voz das
[aves, os que olham pelas janelas já se escureceram, mas a
[sombra não trouxe a paz.
É, sei já bem, o amor: a ansiedade e o alívio de ouvir a tua voz,
[a espera e a memória, o horror de viver no sucessivo.
É o amor com as suas mitologias, com as suas pequenas magias
[inúteis.
Há uma esquina por onde não me atrevo a passar.
Já me cercam os exércitos, as hordas.
(Este quarto é irreal; ela não o viu.)
O nome de uma mulher denuncia-me.
Dói-me uma mulher em todo o corpo.


Jorge Luis Borges in O Ouro dos Tigres, 1972.



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?